terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Por que você demorou tanto?


Ei, tenho pensado em você com muito carinho viu. Sempre desejando que você durma bem, sempre querendo te sequestrar da solidão de uma possível insônia, caso você não tenha sonhos bons. Sempre pensando nesse teu jeito bravo e ao mesmo tempo tão puro...
Sabe, as coisas estão mudando dentro de mim. Ainda não sei bem explicar o quê, mas então, me deixa escrever pra você...

É que eu queria roubar um pouco de você pra mim, um pouco do seu abraço que ainda não tive, um pouco dos seus beijos que ainda não provei, da sua barba macia que eu quero sentir. 

Eu pinto o amor com as cores dos teus olhos, moço. E também com as palavras que você me escreve antes de dormir... eu vi em você a minha paz, meu riso e aqueles meus velhos sentimentos. Não reclamo, quero cuidar bem da gente... e cuidar de você traria um tom a mais, um riso a mais, um fogo a mais.

Pode parecer exagero agora. Ainda é cedo, eu sei.. Mas é que só você conseguiu pular o muro de dificuldades que levantei em torno de mim quando a dor me transformou numa menina de lata.

Hoje a gente meio que sabe o que vai acontecer, mas ainda fica a misteriosa chance da gente se roubar, fica o vazio na noite deixando os beijos pra depois, fica cada um em sua cama querendo trocar a insônia por um pouco de carinho, fica aquele desejo porque a gente morre de medo do que vem por aí.

Mas bem que você podia ficar e dar razão aos que dizem que se pode ser feliz todos os dias. Podia me mostrar que não preciso gostar dessa dor... Não, na verdade nem precisa mostrar nada. Só fica.


Aline Spitzer.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Nós



Te procuro em cada olhar, em cada rosto estranho, em cada toque não dado pelas suas mãos.
Onde está você?

Dizem que nós apertam demais. Não entendo... nós éramos tão soltos, tão intensamente livres. Mas sempre ligados pelo nó que davam nossas pernas na hora de dormir...

Não há mais nada seu em meu quarto, apaguei todo o nosso histórico de conversas no computador e no celular, excluí tuas fotos mais bonitas... todas elas então. Meu Deus, como ele é incrivelmente lindo em todas as fotos. Vou excluir até as fotos que não tiramos juntos, mas que estão reveladas em minha memória.

Desatamos nós. Todos eles! Os nós das nossas pernas enlaçadas, nós das nossas mãos dadas, nós dos nossos abraços, nós das nossas línguas, nós dois.

A saudade deságua pelos meus olhos agora, molhando tudo o que já escrevi nesse papel... é a minha alma desatando os nós... da minha garganta.

Aline Spitzer.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Volta!



Não dormi mais após a tua partida. Não sei convencer meus olhos a ficarem fechados se dentro de mim mora o caos. Minha serenidade em euforia me abandonou! Deixa eu ver se ela está na minha bolsa...ou talvez embaixo da nossa cama. Procura por aí que ela deve estar dentro do seu bolso... ou na tua boca. Vai ver eu varri pro lado de fora da casa quando fui arrumar as roupas que estavam pelo chão do quarto, mas foi sem querer.

Agora meus pés já estão frios, bem como os lençóis... então eu me reviro nessa cama tão pequena, mas ao mesmo tempo tão grande. Fecho os olhos pra tentar prolongar o prazer que a tua língua ágil me deu nessas últimas horas e quase sinto a tua invasão lenta e torturante.

Abro os olhos e vejo que o meu lençol continua frio, e me traz o sinal de que estou realmente sozinha. O cansaço da mente e do corpo me faz lembrar que já deve ser tarde... mas isso nao importaria se você ainda estivesse aqui com teu olhar de fome e seu desejo sempre intenso e insaciável.

Mas quem sabe a minha ausência te deixe corroído de vontades, tuas pernas sintam falta do enlace das minhas, teus ouvidos sintam falta dos nossos gritos, tuas mãos fortes implorem pela minha cintura e meu gosto apareça na tua boca...

... e então você volta!

Aline Spitzer.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Aquela Moça


Enquanto ela passa, todos estão olhando. Comentam sobre seu olhar, falam sobre seu corpo, reparam em seu mistério e disputam sua atenção. Só que quando a moça olha, todos fingem não vê-la; quando a moça grita, ninguém escuta; e se a moça quiser companhia... vai continuar só!

Todo mundo deseja aquela moça, mas ela dorme abraçada com seu peito vazio... que ninguém quer ocupar! Aquela moça deve ter um coração tão pesado que ninguém quer se arriscar a carregar... Mas ninguém sabe disso. Quem olha de longe não percebe, e quem se aproxima nunca vai saber.

Ela gosta de livros e MPB, gosta de andar até os pés reclamarem, tem preguiça de gente que conta vantagens e vê pequenos detalhes onde todos enxergam cotidiano. Mas acima de tudo, a moça está cansada de assustar e afastar pessoas, está cansada de esperar por tantas promessas de futuro e cansada de ficar pra trás mais uma vez.

Quem vai cuidar daquela menina triste? Quem vai ter coragem de carregar seu coração pesado? Ninguém. Mas a moça ainda tem forças pra acreditar.

Enquanto isso ela espera as coisas acontecerem... mas, esperar dói.

Aline Spitzer.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Minha razão se foi...



Como posso querer estar no controle de tudo sendo que eu nem tenho controle daquilo que me enlouquece? De fato, minha razão se foi...

Vivo me perguntando: quão louca eu tenho que ser para alcançar minha sanidade?

Eu não quero morrer por segundos não vividos... mas estou vivendo pra não te deixar morrer em mim. Tenho muitos motivos para seguir em frente e te esquecer, mas sempre encontro muitos outros para te deixar passar pela minha vida com uma história verdadeira e, talvez, eterna.

É essa minha estranha necessidade de ser vista, de estar perto de você e de interpretar seus movimentos em favor de encontrar algo que não me faça desistir... minha razão se foi novamente.

Estou fixa, mas me arrasto. E continuo correndo em círculos... atrás de você.

Aline Spitzer.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

É esse teu avesso, moreno.



Você e esse teu jeito confuso. Você e teu silêncio. Você e tuas cheganças. Você e tuas partidas. Você e teu avesso... e é esse teu avesso que me encanta!

Seus olhos não escondem toda a história por trás desse rosto e dessa constante expressão de desaprovação do mundo misturada com seu sorriso sádico. A estrada tem sido difícil, moreno. Eu sei bem disso. Toda essa sua solidão e essas suas barreiras me deixam um tanto quanto triste. Eu poderia te mostrar que a felicidade existe e que seria esse o meu sobrenome quando estivéssemos juntos. Ok, isso é brega! Mas há sempre um quê de brega nas coisas mais sinceras. Eu te olho intensamente e com olhos de criança todas as vezes que tento te dizer palavras de confiança. Mas ninguém é tão frágil quanto você, meu bem.

Ela te machucou. Uma frase tão simples, porém com um contexto tão grande quanto a dor que você sente toda vez que se lembra do passado. Você tem se deixado abalar demais. E essa diversão que inebria sua pele é mais por proteção do que por vontade. É aquela velha história de cair no abismo e se machucar mais ainda. Mas existe beleza nessa sua solidão involuntária. E você é excepcionalmente lindo quando acredita em mim com os olhos.

Eu ainda estou aqui porque quero assumir a sua bagunça, quero o risco de cuidar de você, quero tuas palavras não ditas, teu desatino, teus gritos contidos, tuas feridas abertas, tuas mágoas passadas, tuas loucuras presas, teus medos indizíveis, teus enganos, teus movimentos errados, tuas estradas de equívocos, tuas vitórias inocentes, tuas batalhas sofridas. Eu quero o teu avesso... e as suas mãos, em mim.

Aline Spitzer.

domingo, 3 de novembro de 2013

Insana sobriedade




Madrugada de domingo e o silêncio do quarto ainda grita. Pra mim, os finais de semana viraram dias longos... cheios de sono sem vontade de dormir, cheios de fugas, alegrias frustradas e tentativas falidas.

Sou apenas um ponto de interrogação. Ninguém compreende a minha necessidade de sumir, nem colaboram com a minha distânica necessária. Talvez o meu problema seja assumir mais responsabilidades do que deveria. Na verdade, eu me sinto incapaz de cuidar delas. Eu me perdi.

Foram muitas noites acordada com a sensação da ausência. Acho que assim me criei vazia e não soube mais preencher. Isso já faz tempo, e ainda faz mal. Mas o fato é que mesmo necessitando de um tempo sozinha, eu ainda quero alguém que me faça mudar de opinião. Alguém que me ajude a me preencher. Que faça meu corpo insistir pela companhia enquanto minha mente implora pela solidão.

Posso exigir isso de alguém???

Aline Spitzer.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

"Pause"



Hoje eu estava aqui pensando... há momentos na nossa vida em que tudo se transforma em problemas. Pra todos os lados, todas as direções, todos os afins.

Enfim...

É quando tudo isso atinge o seu limite, ou até passa dele, que eu me sinto com a sensação de "até quando?".
Até quando posso continuar carregando tal situação? Até quando isso vai continuar assim? Até quando vou ficar sem resolver isso? O que mais eu preciso pra aprender???

Cheguei à conclusão de que todas essas situações acontecem não pra que eu aprenda, e sim pra que eu reflita no que estou fazendo e pra onde estou seguindo com a minha vida.

Essa é a hora que eu me dou uma pausa, me desligo de tudo e visito a mim mesma. Me reviro, vou redescobrindo quem sou, programando meus próximos passos... Esse é o momento em que eu me faço companhia.

A gente corre tanto que esquecemos dos nossos próprios sonhos. E assim a vida passa, e a gente nem vê graça nas pequenas coisas que fazem bem ao coração. Se a gente não se der um tempo, quem vai dar? Pense nisso. Mas quando for pensar, aperte o PAUSE! ;)

(musiquinha pra refletir... rs)



Aline Spitzer.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Estranheza


Sempre me disseram que eu lido com algumas coisas com uma certa estranheza. Já cansei de ouvir a frase: 'Nossa, como você é estranha.' Devo me incomodar? Não. As pessoas sempre tendem a achar estranho quem não faz o que é esperado, quem é imprevisível, quem é livre!

Como dizia Carlos Drummond de Andrade: "Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar."

Sou de gêmeos, signo de ar, totalmente mutável. Sim, eu me distraio com tudo ao meu redor e tenho facilidade pra fazer viagens sem sair do lugar. Talvez algumas situações tenham amarrado meus pés no chão pra que eu me agarrasse à realidade. Paixões platônicas, meu bem, são para criancinhas. Repito isso pra mim sempre que quero me convencer. E sempre dá certo.
Tenho a impressão de que eu sou óleo onde todo mundo é água. Não me encaixo e aceito! Faço parte de um mundo particular, onde só entra aquilo que me convém.

Há quem diga que sou fria... eu sofria e ainda sofro. Então, não sou tão gélida assim! Sou estranha porque gosto daquilo que confunde, que é incomum, que tem várias interpretações. Gosto do que fica nas entrelinhas...

E é no meio dessa estranheza toda que eu me encontro, me engano, me arrependo, me evitam... Ninguém quer descobrir o que tem por trás de uma mulher estranha, mas o fato é que ela é a mulher que deve ser descoberta.


Aline Spitzer.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

(re)começo meio (s)e(m) fim



To aqui pra dizer que: não tem fim... Nada! Tudo faz parte de um ciclo. Até mesmo as desilusões, seguidas de recomeço. Mas nem mesmo o próprio recomeço tem seu fim...

Quem nunca disse "Agora é o fim..."?

O fim justifica os medos, de fato!
Mas como pessoas fortes que somos, no nosso ciclo, o próximo passo é começar de novo... REcomeçar.
É tão natural essa nossa capacidade, que no fim (rs) nem percebemos que sempre estamos recomeçando algo, depositando novamente as nossas vontades, desejos, expectativas, sonhos. Sempre buscando chegar no nosso objetivo, sempre arriscando, sempre esperando... Até que o fim chega novamente.

Hoje é o dia em que eu me entrego pra viver e arriscar tudo de novo. Me atirar, me entregar, fazer novas histórias, com novas personagens, cenários diferentes, risos de perder o fôlego e choros que insistem em me fazer soluçar... Água, por favor!

Água que cai dos olhos, água que desce pela garganta! Limpa tudo o que ficou dentro de mim e expulsa tudo que não me faz bem... É assim que tem que ser agora; tudo se fez novo, de novo.

E o fim virou começo. E eu me permito recomeçar.

Aline Spitzer.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Só de passagem...




Já entendi. Sou uma espécie de atalho. Só estou de passagem na vida das pessoas. Sirvo pra ajudar no caminho, mas nunca sou o ponto de chegada. Talvez eu seja uma distração na estrada rumo ao destino, o qual não pertenço.

Interessados em outras! São esses que me buscam, e me encontram, e me usam, e me largam... mastigam minha carne e depois cospem, já que não lhes serve mais. E no fim, só me resta um coração pisoteado e totalmente perdido, que agora só quer se fechar pra qualquer novo sentimento cego.

É como se eu ensinasse amor. Faço peitos vazios se encherem de verdades e olhos foscos voltarem a brilhar... Não é fácil entender essa minha intensidade nas coisas, mas quando compreendem o que digo, compartilham com uma outra pessoa. O amor que eu criei, o amor que eu senti, o meu amor... é entregue à outra pessoa mais simples e de riso mais fácil que o meu. E o pior é que eu até entendo. Sei que cansa lidar com meu ser melancólico e bipolar, que nunca se satisfaz. Isso é chato, sim. Só que tem muito mais que isso dentro de mim. Sou só uma pessoa cansada precisando de um colo pra se desfazer...

Mas enfim... não tem como eu me completar, pois sempre quero que seja meu quem não me pertence. Porque no fundo, todos ja pertencem à alguém, de alguma forma. Ninguém é virgem de alma. Todos carregam amores mal resolvidos por aí. 

São apenas metades vazias que não completam vida nenhuma.

Aline Spitzer.