terça-feira, 26 de novembro de 2013

Minha razão se foi...



Como posso querer estar no controle de tudo sendo que eu nem tenho controle daquilo que me enlouquece? De fato, minha razão se foi...

Vivo me perguntando: quão louca eu tenho que ser para alcançar minha sanidade?

Eu não quero morrer por segundos não vividos... mas estou vivendo pra não te deixar morrer em mim. Tenho muitos motivos para seguir em frente e te esquecer, mas sempre encontro muitos outros para te deixar passar pela minha vida com uma história verdadeira e, talvez, eterna.

É essa minha estranha necessidade de ser vista, de estar perto de você e de interpretar seus movimentos em favor de encontrar algo que não me faça desistir... minha razão se foi novamente.

Estou fixa, mas me arrasto. E continuo correndo em círculos... atrás de você.

Aline Spitzer.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

É esse teu avesso, moreno.



Você e esse teu jeito confuso. Você e teu silêncio. Você e tuas cheganças. Você e tuas partidas. Você e teu avesso... e é esse teu avesso que me encanta!

Seus olhos não escondem toda a história por trás desse rosto e dessa constante expressão de desaprovação do mundo misturada com seu sorriso sádico. A estrada tem sido difícil, moreno. Eu sei bem disso. Toda essa sua solidão e essas suas barreiras me deixam um tanto quanto triste. Eu poderia te mostrar que a felicidade existe e que seria esse o meu sobrenome quando estivéssemos juntos. Ok, isso é brega! Mas há sempre um quê de brega nas coisas mais sinceras. Eu te olho intensamente e com olhos de criança todas as vezes que tento te dizer palavras de confiança. Mas ninguém é tão frágil quanto você, meu bem.

Ela te machucou. Uma frase tão simples, porém com um contexto tão grande quanto a dor que você sente toda vez que se lembra do passado. Você tem se deixado abalar demais. E essa diversão que inebria sua pele é mais por proteção do que por vontade. É aquela velha história de cair no abismo e se machucar mais ainda. Mas existe beleza nessa sua solidão involuntária. E você é excepcionalmente lindo quando acredita em mim com os olhos.

Eu ainda estou aqui porque quero assumir a sua bagunça, quero o risco de cuidar de você, quero tuas palavras não ditas, teu desatino, teus gritos contidos, tuas feridas abertas, tuas mágoas passadas, tuas loucuras presas, teus medos indizíveis, teus enganos, teus movimentos errados, tuas estradas de equívocos, tuas vitórias inocentes, tuas batalhas sofridas. Eu quero o teu avesso... e as suas mãos, em mim.

Aline Spitzer.

domingo, 3 de novembro de 2013

Insana sobriedade




Madrugada de domingo e o silêncio do quarto ainda grita. Pra mim, os finais de semana viraram dias longos... cheios de sono sem vontade de dormir, cheios de fugas, alegrias frustradas e tentativas falidas.

Sou apenas um ponto de interrogação. Ninguém compreende a minha necessidade de sumir, nem colaboram com a minha distânica necessária. Talvez o meu problema seja assumir mais responsabilidades do que deveria. Na verdade, eu me sinto incapaz de cuidar delas. Eu me perdi.

Foram muitas noites acordada com a sensação da ausência. Acho que assim me criei vazia e não soube mais preencher. Isso já faz tempo, e ainda faz mal. Mas o fato é que mesmo necessitando de um tempo sozinha, eu ainda quero alguém que me faça mudar de opinião. Alguém que me ajude a me preencher. Que faça meu corpo insistir pela companhia enquanto minha mente implora pela solidão.

Posso exigir isso de alguém???

Aline Spitzer.