terça-feira, 6 de maio de 2014
O quanto sei de ti
Sei que ainda espera por mim naquele mesmo portão enferrujado. Sei, também, que ainda me encontra dentro daquelas músicas que ouvíamos juntos. Sei que continua lendo meus textos despudorados e que neles, ainda procura algum indício do nosso amor. Sei que ainda se lembra das minhas caretas, agora sem graça. Sei que ainda lembra daqueles dias infinitos que ficávamos debaixo do edredom...
Sei que sente falta das coisas que eu escrevia só pra te dar razões pra enfrentar uma nova semana. Sei que seus batimentos ainda falham, por segundos, quando se engana e na multidão vê alguém parecida comigo. Sei que ainda se lembra de mim a cada gole de café e que quando olha para a xícara vazia, quase morre em meio a falta da minha presença.
Sei que ainda torce pra eu não parar de escrever, e que ainda espera ansioso pelos meus textos que falam sobre você. Sei que ainda vê o quarto girando quando, depois de muitos goles a mais, deita sozinho no escuro do quarto e mais uma vez jura que nunca beberá mais do que um copo de suco.
Sei que ainda sabe o quanto sei de ti, mas insiste em disfarçar. E sei que, em silêncio, você implora ao tempo para me apagar de vez.
Aline Spitzer.
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